domingo, 13 de dezembro de 2009

A AUSÊNCIA MAIS PRESENTE...


A última sexta-feira, dia 11/12, foi o primeiro aniversário de meu pai depois de sua morte... foi estranho para mim... reagi com indiferença... não havia a quem dar presentes e abraços... apenas lembranças.

Mas porque estranho??? Poderia ser doloroso... triste... lamentável... mas foi estranho. Estranho porque embora não o tenha presente como ente físico... o tenho como ente presente em cada dia de minha caminhada existencial.

Fico surpreso de como só percebemos o quanto temos de uma pessoa em nós até "perdê-la". Características... conceitos... jeitos e trejeitos.

E por isso... essa ausência se torna tão diminuta (porém não indolor) pois todos os dias... em minhas próprias atitudes e pensamentos o tenho.

Carrego mais do que fenótipo semelhante... mas sua força... seu exemplo e seu amor. E este último de maneira mais singela, pois com ele aprendi que o verdadeiro amor não está preso a um conceito romanticamente idealizado, é muito mais sublime e muitas vezes sua percepção está para além do ser amado.

É com grande satisfação e carinho que olho pra trás e lembro dos poucos momentos que tivemos juntos. Simples... mas profundamente empático.

Tivemos entraves é claro... seu temperamento e atitudes muitas vezes magoaram, e deixaram feridas em mim, mas o amor cobriu todas as coisas...

Vez por outras encontro um de seus amigos na rua e não raramente alguém conta uma estória desconhecida pra mim... meus olhos brilham... escuto atentamente como se fosse um final de filme... recordações que me apresentam detalhes que nunca soube do grande homem que ele foi.

Agradeço a Deus pelo privilégio de ter passado tudo o que passei com meu pai... mesmo com dores e lágrimas... mas foi o nosso jeito de amar... o nosso caminho.

"Pai, obrigado pelo teu amor singular... teu exemplo me faz ser mais forte... tua simplicidade conformou meu caráter... tua vida um valioso ensinamento. Saudades de tuas broncas... do teu jeito único. Obrigado por tudo. Te amo.!